Sexualidade na terceira idade e disfunção sexual

Sexualidade na terceira idade e disfunção sexual

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Apesar de vivermos em uma sociedade moderna, muitos tabus ainda existem em torno desse assunto. Uma visão equivocada em relação à sexualidade e a terceira idade classifica essa fase da vida como um período de assexualidade. Porém, apesar das limitações físicas que aumentam com o avançar da idade, as necessidades sexuais NÃO terminam na velhice.⠀

A sexualidade constitui uma parte fundamental da vida humana e contribui para a qualidade de vida dos indivíduos. Essa não se restringe ao fator biológico e está relacionada a variáveis biopsicossociais.⠀

Mudanças fisiológicas que ocorrem no envelhecimento são um dos fatores que podem alterar a resposta sexual contribuindo para a redução da atividade. Além dessas mudanças fisiológicas, há uma maior prevalência de DISFUNÇÃO SEXUAL nessa população. Nas mulheres, são mais prevalentes o transtorno do desejo ou de excitação, dor genitopélvica e distúrbios do orgasmo. Nos homens, a disfunção erétil.⠀

A falta de conhecimento leva a que muitos idosos cessem a sua vida sexual. A maioria tem pouco conhecimento sobre sua sexualidade, levando-os a ajustarem os seus comportamentos de acordo com os estereótipos existentes na sua cultura, fomentando uma visão negativa dos comportamentos sexuais ou da discussão desses assuntos entre eles.

Dessa forma se torna muito importante a abordagem ATIVA do profissional de saúde que lida com idosos no seu dia dia, interrogando sempre aspectos da saúde sexual do paciente, informando, esclarecendo dúvidas e oferecendo opções de tratamento.

Saiba as principais causas de disfunção no homem

Em homens, a causa mais comum de disfunção sexual é a DISFUNÇÃO ERÉTIL (DE), caracterizada como incapacidade consistente de obter e/ou manter uma ereção suficiente para a atividade sexual satisfatória. Afeta cerca de 60-70% dos homens acima dos 70 anos, os quais apenas 5% recebem tratamento.⠀

A ereção peniana é um fenômeno vascular desencadeado por sinais neurológicos e facilitado por um meio hormonal e psicológico adequados. A causa mais comum de DE é a doença vascular, tendo como fatores de risco o sedentarismo, diabetes, dislipidemia, hipertensão e tabagismo. Devido a essa correlação, a DE é um MARCADOR para EVENTOS VASCULARES, como IAM ou AVC, sendo um preditor mais poderoso em homens < 60 anos. ⠀

A segunda causa mais comum de DE é a neurogênica. A disfunção autônoma presente no diabetes e na doença de Parkinson, por exemplo, impede a vasodilatação peniana e a ereção. Ela também pode ser vista após prostatectomia ou radioterapia para o câncer de próstata.

Outras causas de DE são a medicamentosa e a psicogênica (menos comuns)

A partir dos 50 anos há um declínio natural nos níveis de testosterona total e livre e ocorre uma menor variação dos níveis séricos (platô em idosos e nos jovens há um pico matinal). Porém, o HIPOGONADISMO SINTOMÁTICO não é considerado fisiológico e pode impactar não só na saúde sexual do idoso, como também predispor à obesidade, perda óssea e de massa muscular, distúrbios do humor, entre outros. Os sintomas mais comuns são: perda da libido, disfunção erétil, obesidade visceral, perda de pelos, depressão, dificuldade de concentração, declínio do sono e anemia. O tratamento para essa patologia consiste na reposição de testosterona.⠀

Mas atenção, a deficiência androgênica não ocorre em todos os idosos e NÃO se deve fazer rastreamento em homens assintomáticos. Existem também outros distúrbios, porém menos comuns em idosos,como a ejaculação precoce,ejaculação retrógrada ou transtornos da libido.

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